segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

E por vezes, enquanto estava sozinha, pensava e pensava, até a sua cabeça dá um nó difícil de desatar. Com a proximidade do natal, sentia-se infinitamente mais melancólica e nostálgica. Passava então a imaginar passado, presente e futuro em convergência para os mesmos sentimentos ou desejos. Todas as suas dúvidas sobre o que faria no ano que se iniciaria estavam bem esclarecidas. De fato, tudo mudaria e, de uma maneira que jamais aconteceu. Mas mesmo assim, isso a deixava feliz. A ansiedade por não saber os resultados de todos os testes que havia feito, ao mesmo tempo que a afligia, fazia instaurar em seu peito a sensação do dever cumprido. Mas, apenas o fato de ter a certeza de ter se superado, ou até de ter ido bem em um dos testes, fazia com que seu coração, por vezes, não coubesse dentro do peito. E de novo sentia-se feliz. Afinal, conseguira amadurecer em 6 meses sozinha, o que não amadurecera em 19 anos. Sentia-se mais confiante, determinada e ciente da sua capacidade e valor. Talvez, sua auto-estima, enfim, voltara  do lugar de onde jamais devia ter saído e de onde ninguém nunca mais poderá roubar. Não se afligia mais por estar sozinha, ou por seus relacionamentos não terem dado certo, pelo contrário, percebia o quanto era muito mais gostoso colocar uma roupa bonita, seu melhor sorriso, sair para encontrar seus amigos e, ser presenteada por muitos olhares e também, sorrisos e abraços sinceros. Não desistira do amor. Acreditava nele com mais força ainda. Apenas, encontrara uma forma de distinguir o que realmente é sentimento, ou apenas palpitações oriundas de carências momentâneas. Obteve muitos amigos. Uns verdadeiros e sinceros, outros apenas encantados pelo seu lindo par de pernas. Mas de nada importava qual era o verdadeiro interesse. Sabia que os tinha e podia sempre contar com eles quando necessário. Enfim, olhava em volta e, pela primeira vez, a chegada do fim do ano a deixava radiante e feliz. Era natal, naquela quente cidade interiorana, e aquela jovem menina, aos poucos, conseguia se sentir mulher de verdade.

/E.

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